[ON] O Despertar do Deus dos Mares e Terremotos.

Poseidon

O retorno de um grande Deus.

A água ao redor do local dançava, em suas respectivas correntes, gerando uma melodia quase inaudível, mas ainda sim, bela. Seu corpo movia-se calma e lentamente. Os pés formigando – talvez por culpa do nervosismo -, os olhos atentos e curiosos. Estava perplexo com tamanha beleza diante de seus olhos. Não sabia ao certo como havia chegado ali, naquele local tão belo, mas era clara a sensação que passara a tomar forma em seu corpo. Era seu lar. Seu tão esperado lar. Por muito tempo buscou algo como isto. Um lar. Andava para lá e para cá, seguindo os pais, em busca de aconchego. Sempre esteve em busca de algo que lhe acolhesse, como se a sensação de deslocamento lhe perseguisse até os confins do mundo. Mas, agora... É diferente. É como se... Finalmente... Estivesse no local certo, na hora certa.

Os olhos fecharam-se; puxou o ar do ambiente para seus pulmões. Era capaz de sentir a vida... A vida que se estabelecia ao seu redor, e no resto do mundo. Eram tantos corações e pensamentos. Sonhos, objetivos, ideais... Uma mescla de pensamentos alheios lhe irrompeu à mente. O que é isso, afinal? Pensou consigo mesmo, sentindo uma leve corrente de ar alcançar o seu rosto. Seu corpo iluminou-se, liberando de tal forma, uma poderosa energia. O jovem não sabia ao certo do que se tratava, mas sentia ser capaz de muito mais. Passara a ser guiado por tal energia. Os passos tornaram-se mais apressados, mantendo um ritmo confortável aos pulmões. Sua energia passou a contornar todo o ambiente, como se despendessem deste para sobreviver. O azul por todo o canto tornou-se mais vivo, assim como a estrutura tornou-se mais limpa e firme; as plantas marinhas, como algas, tornaram-se maiores, energizadas e belas.

Os olhos abriram-se. De seus ombros, um longo sobretudo azul se estendia, chegando a alcançar o piso do ambiente. Tal manto parecia ter vida, pois dele era possível se admirar o bailar do mais calmo mar. Botões feitos em ouro puro ligavam-se através de um fino e resistente fio feito do mesmo material, em torno do pescoço de Seth, de modo a não prejudica-lo. Na ponta de tal tecido místico, eram visíveis formas felpudas, que se assemelhavam a espuma do mar.


Irrompeu portão adentro. O salão era muito belo, tendo vários detalhes em ouro e de outros materiais. No centro, havia um grande trono. Chamativo trono e igualmente belo. Parecia brilhar em meio à escuridão que contornava o local. A adentrar, seu cosmo percorreu todo o local, “acordando-o”. Janelas surgiram, trazendo a luz para dentro do salão, revelando seu verdadeiro interior. Ainda mais belo. Sorriu, caminhando em direção ao trono, como se este chamasse. Sentia a energia de seres a certa distância dali, crescendo e entrando em conflito. “Marinas... Eles estão aqui. Isso é ótimo.” Pensou por impulso, sem saber exatamente à quem se referia. Sentou-se em seu trono. A energia que fluía através de seu corpo era ainda maior e mais expansiva. Por um instante, sentiu todo o local tremer com o seu poder. O que realmente estava fazendo ali? Ele ainda não tinha certeza, porém, era capaz de sentir uma parte oculta de sua mente despertar, após longos e inquietantes anos. Ele aguardou, observando a batalha que se desenrolava por seu terreno, de modo a desejar o melhor para seus guerreiros. Esperava que eles sentissem sua cosmo-energia, e a partir disso, aprimorassem seus desejos e vontade de continuar lutando, sem medos ou arrependimentos.